Com o recrudescimento da pandemia, revivemos, em alguma medida, sentimentos de um ano atrás, o que nos fez lembrar de um relatório da McKinsey publicado em abril de 2020 e que abordava o consumo de moda em tempos de pandemia e a influência da sustentabilidade nesse processo.

Dado que essas informações são ainda pertinentes, bem como se inspirar nas tendências globais faz parte do dia-a-dia do processo de criação de estratégias e produtos de moda, resolvemos compartilhar com vocês um resumo desse estudo que conversou com cerca de 2 mil consumidores do Reino Unido e Alemanha.

O estudo mostrou que há um aprofundamento do engajamento com a sustentabilidade entre os consumidores como consequência da crise do Covid-19, já levando as pessoas a realizarem ações no sentido de comportamentos mais sustentáveis, como mudanças significativas no estilo de vida, iniciando a reciclagem e adquirindo produtos com embalagens ecologicamente corretas.

63% dos consumidores consideram a promoção da sustentabilidade da marca como um importante fator de compra.

67% dos consumidores consideram o uso de materiais sustentáveis um fator importante na hora de tomar decisões de compra.

70% dos consumidores mantêm as marcas que conhecem, destacando a importância da confiança e da transparência durante as crises.

65% dos consumidores apoiam marcas de moda que atrasam o lançamento de novas coleções.

O sentimento do consumidor sugere que a crise pode ser uma oportunidade de redefinição do calendário da moda para menos sazonalidade e dimensionamento dos modelos de negócios circulares.

Nesse sentido, as pessoas citam “novidade” como um dos atributos menos importantes ao fazer compras e, no geral, os consumidores estão planejando a compra de itens de moda duráveis e estão prontos para repará-los e mantê-los por mais tempo; também há um maior interesse entre os mais jovens em comprar itens de segunda mão.

65% dos consumidores estão planejando comprar itens duráveis de alta qualidade.

57% dos consumidores estão abertos para consertar itens de moda.

71% dos consumidores esperam estender a vida útil dos produtos.

As marcas também precisam se atentar em desenvolver capacidades para lidarem com as mudanças que serão permanentes no pós-pandemia e aqui destaca-se o comércio eletrônico.

O estudo afirma que é improvável que a prática de compra via os canais digitais seja revertida, já que cerca de 30% dos consumidores esperam comprar menos em lojas físicas, principalmente os chamados Millennials e Geração Z.

43% de consumidores que não faziam compras online anteriormente, começaram a usar canais online.

28% dos consumidores esperam comprar menos nos canais físicos após a crise.

E, apesar de 60% dos consumidores estarem gastando menos com moda, indicou-se que vestuário e calçados é uma das últimas categorias a ser impactada em caso de corte de gastos.

Ao serem perguntados sobre a possibilidade de diminuição de renda, qual dos itens as pessoas teriam maior probabilidade de cortar e economizar dinheiro, os consumidores tendem a deixar de consumir primeiro jóias e acessórios, ficando calçados e vestuário os últimos itens de uma lista de 10 classes de produtos.
Diante desse cenário, a reputação da marca em relação à sustentabilidade se tornou um fator chave nas decisões de compra, destacando a necessidade das marcas manterem seus compromissos de sustentabilidade apesar da crise.

Isso representa uma oportunidade para as marcas de reiterarem seus compromissos de sustentabilidade e a construir confiança dos seus consumidores durante este período.

Fonte: McKinsey & Company, Consumer sentiment on sustainability and fashion in the COVID crisis, Maio 2020.